29 dezembro 2010

Camelos também choram | Leia, assista, emocione-se e reflita! (Com Vídeo)

Camelos também choram

Alguns ‘contos de fadas’ são verdadeiros,.. algumas ‘lendas’ são reais…

 

No interior da Mongólia, um vilarejo vive no meio do deserto e dedica parte de seu tempo à criação de animais. Quando chega a época em que as fêmeas devem dar a luz, um dos animais rejeita o raro filhote branco depois de um parto muito complicado.

Na tentativa de contornar a situação, os filhos dos pastores Dude e Ugna partem para a cidade para evitar que o filhote de Camelo morra pela falta de leite e afeto. Eles, no entanto, não vão em busca de remédios ou especialistas, mas sim de um músico! Segundo uma lenda, ao ouvir o som do violino a resistência será quebrada.

Esta é a sinopse deste documentário “Camelos também choram”. Eu também chorei….

Aperte o play abaixo, assista, veja o que aconteceu e emocione-se. Leia o texto ao final do vídeo e reflita.

Nós realmente temos ainda muito o que aprender:

 

 

* Caso receba os artigos por e-mail talvez não consiga visualizar o player de vídeo, então clique aqui para ver no blog.

(Ou, assista uma parte aqui e a outra aqui no Youtube)

 

Por Affonso Romano de Sant’Anna:

 

”Eu tinha lido que, lá na Índia, elefantes olhando o crepúsculo, às vezes, choram.
Mas agora está aí esse filme “Camelos também choram”.

A gente sabe que porcos e cabritos quando estão sendo mortos soltam gemidos e berros dilacerantes.
Mas quem mata galinha no interior nunca relatou ter visto lágrimas nos olhos delas.

Contudo, esse filme feito sobre uma comunidade de pastores de ovelhas e camelos, lá na Mongólia, mostra que os camelos choram, mas choram não diante da morte, mas em certa circunstância que faria chorar qualquer ser humano.
E na platéia, eu vi, os não camelos também choravam.

Para nós, tão afastados da natureza, olhando a dureza do asfalto e a indiferença dos muros e vitrinas; para nós que perdemos o diálogo com plantas e animais, e, por consequência, conosco mesmos, testemunhar com aquela bela família de mongóis o nascimento de um filhote de camelo e sua relação com a mãe é uma forma de reencontrar a nossa própria e destroçada humanidade.

É isto: eles vivem num deserto.
Terra árida, pedregosa.

Eles, dentro daquelas casas redondas de lona e madeira, que podem ser montadas e desmontadas.
Lá fora um vento permanente ou o assombro do silêncio e da escuridão.
E as ovelhas e carneiros ali em torno, pontuando a paisagem e sendo a fonte de vida dos humanos.

Sucede, então, que a rotina é quebrada com o parto difícil de um camelinho.
Por isto, a mãe camela o rejeita.

O filho ali, branquinho, mal se sustentando sobre as pernas, querendo mamar e ela fugindo, dando patadas e indo acariciar outro filhote, enquanto o rejeitado geme e segue inutilmente a mãe na seca paisagem.
A família mongol e vizinhos tentam forçar a mãe camela a alimentar o filho. Em vão.

Só há uma solução, diz alguém da família, mandar chamar o músico.
Ao ouvir isto estremeci como se me preparasse para testemunhar um milagre.
E o milagre começou musicalmente a acontecer.

Dois meninos montam agilmente seus camelos e vão a uma vila próxima chamar o músico.
É uma vila pobre, mas já com coisas da modernidade, motos, televisão, e, na escola de música, dentro daquele deserto, jovens tocam instrumentos e dançam, como se a arte brotasse lindamente das pedras.

O professor de música, como se fosse um médico de aldeia chamado para uma emergência, viaja com seu instrumento de arco e cordas para tentar resolver a questão da rejeição materna.

Chega. E ali no descampado, primeiro coloca o instrumento com uma bela fita azul sobre o dorso da mãe camela. A família mongol assiste à cena.
Um vento suave começa a tanger as cordas do instrumento.
A natureza por si mesma harpeja sua harmônica sabedoria.

A camela percebe.
Todos os camelos percebem uma música reordenando suavemente os sentidos.
Erguem a cabeça, aguçam os ouvidos, e esperam.

A seguir, o músico retoma seu instrumento e começa a tocá-lo, enquanto a dona da camela afaga o animal e canta.
E enquanto cordas e voz soam, a mãe camela começa a acolher o filhote, empurrando-o docemente para suas tetas.
E o filhote antes rejeitado e infeliz, vem e mama, mama, mama desesperadamente feliz.

E enquanto ele mama e a música continua, a câmara mostra em primeiro plano que lágrimas desbordam umas após outras dos olhos da mãe camela, dando sinais de que a natureza se reencontrou a si mesma, a rejeição foi superada, o afeto reuniu num todo amoroso os apartados elementos.

Nós, humanos, na platéia, olhamos aquilo estarrecidos. Maravilhados.
Os mongóis na cena constatam apenas mais um exercício de sua milenar sabedoria.
E nós que perdemos o contato com o micro e o macrocosmos ficamos bestificados com nossa ignorância de coisas tão simples e essenciais.

Bem que os antigos falavam da terapêutica musical. Casos de instrumentos que abrandavam a fúria, curavam a surdez, a hipocondria e saravam até a mania de perseguição.

Bem que o pensamento místico hindu dizia que a vida se consubstancia no universo com o primeiro som audível - um ré bemol - e que a palavra só surgiria mais tarde.

Bem que os pitagóricos, na Grécia, sustentavam que o universo era uma partitura musical, que o intervalo musical entre a Terra e a Lua era de um tom e que o cosmos era regido pela harmonia das esferas.

Os primitivos na Mongólia sabem disto.
Os camelos também. Mas nós, os pós-modernos cultivamos a rejeição, a ruptura e o ruído.

Haja professor de música para consertar isto.”

camelos também choram * Nota: “Camelos também choram” é um documentário  (indicado ao Oscar em 2004)  de grande sucesso e vêm comovendo pessoas e ‘tocando corações’ no mundo inteiro, em todos os lugares onde é exibido.

Se “camelos também choram”, porque ainda há seres humanos, cujos corações parecem ser intocáveis?!

…….

Muita Paz, Luz e Amor em todos os Corações planetários

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   Sobre a Autora:  

Lucy Sem Fronteiras Lucy Sem Fronteiras ❤  
Ativista da ‘’Luz’’… uma Cidadã do Mundo, sua religião é o Amor, sua raça é a Humanidade e a Terra é o seu país. Interessada por ativismo, causas espiritualistas, pacifistas, ambientalistas e humanitárias.
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Comentários
2 Comentários

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Comentários:

Unknown comentou...

Que no 2011 tome um banho de Paz e Harmonia lavando-o e expurgando as coisas que não foram boas do 2010.
Abraço

Lucy Sem Fronteiras comentou...

@lucidreira

Olá Lu querido!!!

Estou repassando todos os últimos posts, e descobri que ainda não tinha vindo dar resposta a ti rsrs, mas acredito que para dar um carinho toda hora é hora, todo dia é dia.

Por isso venho te agradecer mais uma vez por tua presença durante todo o ano de 2010 aqui comigo, e que neste ano de 2011 tb espero e quero, poder te visitar mais e prestigiar o teu trabalho tb, pois no ano que passou foi muito corrido para mim.

Mas sim, apesar das coisas difíceis que já aconteceram neste início de ano, que possamos redobrar forças para seguir adiante, e acreditando que poderemos fazer o melhor ano de nossas vidas (afinal temos de acreditar né?).

Beijos em seu coração direto do meu,
querido Lu Cidreira, companheiro de Amor e Paz ;)

Fico feliz e sou grata com a sua presença!
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